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O maior parque urbano da América Latina recebe todos os dias uma legião de pessoas que buscam lazer, esporte ou, simplesmente, curtir um momento de descontração junto à natureza
É difícil imaginar Brasília sem ele. O Parque da Cidade Sarah Kubitschek, além de um respiro na paisagem do centro da capital e um luxo urbanístico, arquitetônico e estético de Oscar Niemeyer e Athos Bulcão, disponível para todos, é também um ponto de encontro para os apaixonados por esporte ou para aqueles que curtem um momento de contemplação junto à natureza. É o maior parque urbano da América Latina.
Frequentadores do local elogiam a qualidade e a beleza do lugar, embora apontem algumas melhorias que ainda precisam ser providenciadas pela administração. Marisa Durães, 61 anos, vê no parque um lugar de paz, visual lindo e arte. Ela costuma ir lá duas vezes por semana para treinar corrida de rua. "Bem-estar da mente e do corpo", define ao se referir ao parque.
Ela se considera uma usuária proativa do parque e costuma ir à administração para reportar qualquer problema estrutural que identifique no espaço. "Os principais problemas são banheiros e bebedouros e a administração nos atende, na medida do possível", relata a servidora pública aposentada que, junto à amiga, Maria Angela Faria Ribeiro, 67, treina para a maratona de Mendoza (Argentina), ainda este mês. O Parque da Cidade é parte fundamental da preparação.
"Aqui é maravilhoso, a gente faz amizade, corre. A gente é feliz aqui", avalia Ribeiro, que leva a mesma rotina de treinos no parque que Marisa. E as reclamações também são as mesmas: "Falta bebedouro, alguns não funcionam. E os banheiros sempre têm problema", observa.
O professor universitário Isaque Carvalho marca presença no parque seis vezes por semana, quando pratica caminhada, musculação e alongamento. "Tenho 52 anos, preciso praticar algo por conta da massa muscular, colesterol, essas coisas. Além de proporcionar saúde, o parque também é muito bonito, arborizado e limpo, o que traz uma experiência anímico-espiritual, traz uma leveza para a alma", descreve Carvalho, que acredita que nada é tão bom que não possa ser melhorado. "É sempre bom estar conservando, melhorando os equipamentos e a jardinagem. É conveniente tratar o parque como um jardim, cujo cuidado é diário", afirma.
A empresária Rayssa Vieira, 27, pratica futevôlei em uma das quadras de areia do parque, duas vezes por semana. "O parque é descanso, lazer. Aqui, eu me sinto parte da cidade. É a cara de Brasília ter isso no meio da cidade. É para usar como quiser, seja por esporte, seja só para contemplar", avalia Rayssa. Para a empresária, a manutenção é o mais importante do que está em falta. "Manutenção dos banheiros, ter lugares para sentar e bebedouros, que eu ainda acho que são poucos. Pra eu pegar água tenho que ir muito longe", reclama.
O esporte de José Roberto Santos, 66, é o ciclismo, que ele pratica três vezes por semana no parque. "Aqui é indescritível. Se fosse para pagar, não teria preço. Encontramos pessoas de todas as regiões do DF. As tardes e as manhãs de sol são maravilhosas. Aqui, você encontra oxigênio puro e o verde e anda com uma certa segurança", observa.
Para o advogado, o problema é a falta de sinalização. "Pedestres e ciclistas acabam invadindo a pista um do outro, o que é perigoso, principalmente para quem vem de fora", adverte.
Administração
O administrador do Parque da Cidade, Todi Moreno, conversou com o Correio a respeito das demandas dos frequentadores e de melhorias que vêm sendo implementadas no bem público. Todi informa que o parque tem, ao todo, seis bebedouros, sendo que um está em manutenção, o do Estacionamento 3 (onde foram retirados os pinheiros). "Já foi enviado um processo para a Secretaria de Esportes e Lazer para a aquisição de 10 novos equipamentos", disse o administrador, sem precisar a quantidade exata de novos bebedouros.
Sobre os banheiros, que vêm passando por reforma, ele diz que a empresa contratada já está retirando os tapumes e que, em breve, deve entregar a parte interna deles, que tiveram as redes elétrica e hidráulica trocadas. Segundo o administrador, a Neoenergia já fez a vistoria a fim de instalar a iluminação. "Agora, devemos priorizar a parte estética, sem atrapalhar a utilidade dos banheiros, que são revestidos por azulejos de Athos Bulcão", informa Todi, que lembra que o Castelinho foi recentemente reformado.
A falta de segurança dentro do parque é um dos problemas que o próprio administrador reconhece. "Assim como os comerciantes, a gente sofre muito com depredação e furtos de cabos. A Polícia Militar do DF (PMDF) tem atuado, mas entendemos que é preciso reforçar ainda mais a segurança dentro do parque. Para isso, estamos com um plano com o 1º Batalhão", esclarece Moreno, que também afirma que já foi enviado um pedido para a empresa contratada de mais agentes para garantir a segurança interna do parque e conter a depredação.
Piscina de ondas
A respeito da piscina de ondas do Parque da Cidade, cujo retorno vem sendo anunciado pelo governo há alguns anos, Todi Moreno diz que já foi divulgado o aviso de licitação e que a empresa responsável pelas obras deve ser anunciada até 4 de junho deste ano. A reforma deve ser feita junto à Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), que administra essa parte. "Até o final deste governo (2026), a nova piscina de ondas deve sair", promete o administrador.
Com informações do Correio Braziliense - Naum Giló
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