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 *Michelle Norberto

A escola, mais do que um simples espaço de ensino, desempenha um papel essencial na formação social das crianças. Ela atua como um cenário primordial para o desenvolvimento de habilidades sociais fundamentais e para a assimilação dos variados papéis sociais que desempenhamos ao longo da vida. Além da transmissão de conhecimentos tradicionais, a escola serve como um microcosmo da sociedade, onde as crianças aprendem a interagir entre si de maneira construtiva, colaborar em projetos comuns, e acima de tudo, cultivar o respeito pelas inúmeras diferenças individuais e culturais. Neste ambiente, os alunos são incentivados a desenvolver empatia e compreensão mútua, habilidades essas que são indispensáveis para o sucesso não só no ambiente escolar, mas em todas as esferas da vida adulta.

Este ambiente coletivo fomenta a interação entre crianças de diversas origens, com diferentes experiências de vida, sociais e culturais. Na convivência diária e nas interações com seus pares, as crianças desenvolvem habilidades sociais essenciais, como empatia, tolerância e respeito mútuo. Identificam suas diferenças e semelhanças, conseguindo dessa forma a formarem seus grupos a partir de seus interesses. 

Além disso, no contexto escolar, elas aprendem a desempenhar diferentes papéis sociais e a se relacionar de maneira construtiva com os demais. Ao participar em atividades diversificadas e em projetos de grupo, as crianças têm a oportunidade de explorar seus potenciais e interesses, o que contribui para o desenvolvimento de uma autoconsciência mais aprofundada e uma compreensão ampliada do mundo à sua volta. Essas experiências promovem habilidades vitais como liderança, cooperação, flexibilidade em alternar funções, trabalho em equipe e comunicação eficaz. São nesses momentos, que alternam a vivência de liderar e serem liderados, de poder auxiliar e serem auxiliados, por exemplo.  

Por exemplo, em projeto interdisciplinares, em que a matemática pode se encontrar com a arte, as crianças não só aplicam conceitos numéricos em contextos criativos, mas também aprendem a valorizar a perspectiva e as habilidades uns dos outros, fomentando um ambiente de respeito mútuo e apreciação da diversidade. Assim como aprendem com as trocas entre si, entre os pares. 

Em todo esse processo, os educadores atuam como verdadeiros mediadores. Ao identificarem situações de conflitos, a intervenção é crucial para orientar as crianças a resolverem problemas de forma construtiva e pacífica, ampliando assim o repertório de habilidades sociais. Ao facilitarem a integração e mediar interações, os educadores capacitam os alunos a expressar sentimentos e necessidades de maneira assertiva, promovendo um ambiente escolar pautado pelo respeito mútuo e pela convivência harmoniosa.

Essa abordagem não só resolve desavenças momentâneas, mas também ensina lições valiosas sobre empatia, escuta ativa e negociação, preparando as crianças para se tornarem adultos conscientes e responsáveis em suas futuras interações sociais.

Os educadores precisam ter um olhar e acompanhamento atento para além das aprendizagens formais e de conceito. É necessário acompanhar o desenvolvimento das crianças de forma integral, é proporcionar ações e vivências que tenham o objetivo de trabalhar e desenvolver os aspectos socioemocionais e coletivos. 

*Michelle Cristina Norberto Martins, especialista em Psicologia Educacional e Educação Inclusiva do Centro de Inovação Pedagógica, Pesquisa e Desenvolvimento (CIPP) dos colégios do Grupo Positivo.