Atuante e bem avaliada desde seus mandatos em diversas esferas legislativas, a atual vice chefe do executivo do Distrito Federal, parece à vontade e familiarizada com os grandes momentos e grandes decisões que uma liderança precisa tomar no curso do desempenho de suas atividades. Articulada e articuladora, a administradora pós graduada Celina Leão, tem no desenvolvimento Social a principal de suas pautas enquanto personalidade pública, o que, naturalmente a credencia à falar com propriedade sobre o elemento indutor de transformação para este tema: a infraestrutura, que afinal, tem consistido um dos mais evidentes aspectos de evolução na qualidade de vida dos habitantes do DF. Justamente para falar desta visualização mais abrangente e “conceitual” como ela mesmo diz, a respeito de vultosos empreendimentos, que ela recebeu Rodovias&Vias para uma conversa cujos detalhes o leitor acompanha agora.


“Essa vivência nossa, demonstrou a necessidade de termos uma abordagem de logística de infraestrutura, para que pudéssemos aproveitar as potencialidades do DF.

R&V: Evidentemente a senhora traz para a gestão Ibaneis, uma visão sobre as grandes obras de engenharia e infra, que constitui uma perspectiva diferenciada, que avança sobre tecnologia e inovação, enquanto elementos de avanço social. Como tem sido desempenhar este papel dentro do contexto de um governo que também difere muito dos demais?

Celina Leão: Bem. Eu tive dois mandatos na Câmara Distrital, e como deputada Federal, em atuações onde tive a honra de trabalhar temas relativos à infraestrutura e o segmento produtivo. Toda essa vivência nossa, demonstrou a necessidade de termos uma abordagem de logística de infraestrutura, para que pudéssemos aproveitar as potencialidades do DF. Exemplo disso, é o que temos concretizado hoje, que é o fato de termos um dos maiores hubs de logística do País que é o nosso aeroporto. O governador tem essa visão também, junto conosco, de que ao investir em infra, criam-se as condições do estado se desenvolver, crescer e mesmo ser autossufi ciente em algumas áreas. Temos aqui – e isso pode surpreender algumas pessoas – a presença do Agro, que é muito tecnológico. Uma força crescente, que carecia de uma perspectiva planejada. 

Por isso é que nestes últimos 4 anos nós investimos muito em todas as infraestruturas. Em um primeiro momento, com forte foco na melhoria do trânsito, no viário, no dia a dia das pessoas que vivem no DF, com obras signifi cativas, como a construção do Túnel do Rei Pelé, Viaduto de Sobradinho, Viaduto do Recanto das Emas, um grande conjunto de obras no Sol Nascente, como investimentos que superam
os R$ 300 milhões, que inclui novos terminais de ônibus, intervenções na EPIG (Estrada Parque das Indústrias Gráfi cas), como o viaduto Engenheiro Luiz Carlos Botelho Ferreira, recentemente inaugurado, entre outras. Naturalmente que nós sabemos que mesmo essas melhores condições que vão sendo entregues, tendem a ficar saturadas em um momento futuro. E assim, não deixamos de contemplar uma ampliação da oferta, com qualidade, dos transportes públicos de alta capacidade, com ampliação do Metrô, do BRT entre outros, e estudos de ampliação de malha ferroviária junto ao Governo de Goiás, que já dispõe de alguns ramais.


“Não deixamos de contemplar uma ampliação da oferta, com qualidade, dos transportes públicos de alta capacidade, com ampliação do Metrô, do BRT entre outros.”



R&V: Isto que a governadora somente está citando algumas poucas grandes obras entregues, sem contar o grande volume de obras em curso, como pudemos verificar em diversas visitas técnicas em todos os quadrantes do DF.

Celina Leão: Você sabe que esta foi uma questão que foi trazida tanto para mim quanto para o governador. Se não achávamos que havia “obras demais” acontecendo?

Bom. Nós sabemos que estes são trabalhos muito pesados, que influenciam a vida das pessoas enquanto estão acontecendo. Trazem até um certo incômodo às vezes. Mas, nós temos feito o possível, na verdade os 4 grandes tocadores de obras aqui no DF, que são o DER-DF, TERRACAP, NOVACAP e a própria Secretaria de Obras, têm feito o possível para minimizar transtornos no transcurso dos trabalhos. Mas o que nós entendemos é que mesmo assim, ainda que o volume de obras chame a atenção a ponto de virem comentar com a gente, sabemos que ainda é pouco. Temos muitos desafios ainda. Não podemos conceber, ainda, viagens que levem 2, 3 horas em horários de pico. Além disso, nós estamos aproveitando para melhorar a resiliência do DF quanto às enchentes, investindo pesadamente em drenagens e escoamento de águas pluviais, com aportes maciços.


“É preciso compreender que a infraestrutura possui ainda outros aspectos que são desejáveis e importantes: ela traz melhoria expressiva para os habitantes, claro, mas, ela também acaba gerando emprego e renda dentro da própria cidade, fazendo o comércio ficar aquecido, e provocando um outro ciclo indireto, que é muito vantajoso e que melhora também métodos construtivos e traz novas tecnologias.”

R&V: Uma obra puxa a outra, afinal.

Celina Leão: Sim, uma melhoria que se entrega, já demonstra a necessidade de fazer outros investimentos adiante, de uma maneira cíclica. E essa é, enfim, a marca de um governo que faz, que realiza. Mas é preciso compreender que a infraestrutura possui ainda outros aspectos que são desejáveis e importantes: ela traz melhoria expressiva para os habitantes, claro, mas, ela também acaba gerando emprego e renda dentro da própria cidade, fazendo o comércio ficar aquecido, e provocando um outro ciclo indireto, que é muito vantajoso e que melhora também métodos construtivos e traz novas tecnologias.



E isso é muito bom para todo o DF, não apenas localmente falando. Quando nós viajamos para o exterior, aliás, nós vemos muitas novidades em infraestrutura, implementadas pelo uso tecnológico e inteligente, e nós temos essa capacidade aqui também. Recentemente vi que nós tivemos 34 cientistas da UnB, que estão entre os melhores do mundo. Então vejo muita oportunidade de crescimento nessa área de tecnologia construtiva. E temos já exemplos importantes já acontecendo, como a Via Estrutural, que é a utilização do Whitetopping de uma forma muito inovadora aqui. Uma obra que não é mero exibicionismo tecnológico. Ela traz ganhos em vida útil, diminuição de manutenções, traz mais eficiência e economicidade.



R&V: Um pouco antes a senhora falou sobre a ampliação de outros modos de transporte. E claro, como a senhora é atleta, não podemos deixar de falar das ciclovias e ciclofaixas, que estão incluídas nas previsões e projetos de infraestrutura do DF.

Celina Leão: É verdade. Nós temos uma das maiores malhas cicloviárias do país. E é preciso entender que quando nós investimos em ciclovia, temos dois benefícios diretos, primeiro e mais evidente, a própria mobilidade, literalmente “na veia”. E a segunda, são reflexos positivos na área de saúde. É uma atuação que vem de encontro à prevenção de problemas que são causados pelo sedentarismo e baixos índices de práticas esportivas. E o pedal tem essa prerrogativa. A gente acaba prevenindo outros problemas. 

O governador Ibaneis também é um entusiasta do ciclismo, e nós temos no esporte uma das bandeiras do meu mandato. Então nós tínhamos o sonho de ampliar as ciclovias, em uma atuação que foi iniciada quando eu ainda era deputada Federal, e que ganha momento, agora com mais planejamento e execução dessas infraestruturas pelo DF. O que nós entendemos é que nós trouxemos conceitos, que vêm também de uma percepção de uma cidade que tem muitos atletas, de nível nacional e internacional que a elegem para residir e performar sua rotina de treinos.


“Quando nós investimos em ciclovia, temos dois benefícios diretos, primeiro e mais evidente, a própria mobilidade, literalmente “na veia”. E a segunda, são refl exos positivos na área de saúde. É uma atuação que vem de encontro à prevenção de problemas que são causados pelo sedentarismo e baixos índices de práticas esportivas.”

R&V: Outro ponto importante que tem sido abordado pela gestão sistematicamente, e que tem grande influência também na saúde, são as melhorias dos acessos às escolas, não?

Celina Leão: É verdade, esse é um programa, chamado “Caminho das Escolas” que é feito junto ao DERDF, com parte de recursos Federais, para melhoraros acessos às instituições de ensino nas partes mais rurais do DF, e não apenas às escolas, mas com a construção de creches. Até o fi nal do nosso governo, a meta é termos 100% das escolas e creches acessíveis por vias pavimentadas, asfaltadas, bem sinalizadas. E como você disse, isso traz um ganho além do conforto, traz mais saúde, pois nossas crianças não fi carão mais, na época das secas, expostas ao pó das estradas, e, na época de chuvas, à lama. É um programa que traz dignidade, e melhora também a vida dos professores. Também, a ideia é fixar as pessoas da melhor maneira possível, em suas localidades, com vistas, além de democratizar esses serviços, de aumentar a produtividade nas regiões onde se desenvolvem essas atividades do campo. Paralelamente, temos a EMATER-DF (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal) atuando conosco na ponta, além de programas que têm a missão de melhorar a disponibilidade de maquinário.



“Até o final do nosso governo, a meta é termos 100% das escolas e creches acessíveis por vias pavimentadas, asfaltadas, bem sinalizadas.”



R&V: Tradicionalmente, quando Rodovias&Vias fala com autoridades, convida-as à deixar uma palavra aos empreendedores, investidores e demais integrantes do segmento construtivo no país. Sendo assim, o que tem a dizer a Vice-governadora, ao empresário que deseja aportar recursos e ampliar suas atividades no Distrito Federal?

Celina Leão: Nós temos relações absolutamente republicanas, com todos os atores da vida pública e da iniciativa privada. Nosso grupo vem com a visão de investir em projetos de estado, não apenas voltados à gestão ou o tempo em que estaremos à frente do executivo em si. Somos um time muito unido, com um gestor muito competente à frente dele. O que posso dizer, é que sempre fui uma deputada muito combativa, mas que não era necessariamente oposição ao governo. Mas sim, uma opositora à falta de governo. Hoje, nós temos uma gestão que dialoga muito, com todos os segmentos da sociedade. E esse é um diferencial, por que é um jeito de fazer as coisas, que parte de um princípio de convergência de esforços. E é por isso que estamos conseguindo tantos resultados.


“Nós temos uma gestão que dialoga muito, com todos os segmentos da sociedade. E esse é um diferencial, por que é um jeito de fazer as coisas, que parte de um princípio de convergência de esforços. E é por isso que estamos conseguindo tantos resultados.”

Fonte: EG NEWS com autorização de publicação de Leandro Dvorak Diretor Institucional R&V